
O ano 1865 foi uma data importante, revolucionária como trágica para a história dos EUA. Pouco tempo depois dos ianques terem declarado vitória sobre os sulistas na Guerra Civil, um tenebroso atentado pairou sob o país em vias de formação. O presidente Abraham Lincoln foi abatido a tiro no Teatro Ford em Washington pelo ator John Wilkes Booth, membro de uma rede de conspiração. Todos foram perseguidos sob o sabor da vingança e a sede de justiça, sendo que Booth foi abatido nessa caçada. Inúmeros suspeitos foram acusados de conspiração, julgados e enforcados como sentença, entre os condenados encontra-se Mary Surrat a única mulher acusada por cumplicidade. Um claro toque critico do sistema jurídico norte-americano e da justiça cega que por vezes se pratica em terras do Tio Sam. A invocação desta negra historia dos EUA não é em vão, os dias de hoje são assombrados pelos fantasmas do 11 de Setembro, por teorias de conspiração e pelo terrorismo que contrai certos bodes expiatórios que motivam uma justiça manipuladora e movida por influências. Tudo nisso torna o filme uma obra de argumentos que une o passado com o nosso presente. Robert Redford poderá muito bem ser um dos últimos do cinema clássico americano e com The Conspirator consegue criar um dos melhores exemplares do gênero jurídico dos últimos anos. Há mais nesta conspiração do que se diga ou vê. Um excelente filme, com magníficas interpretações. Imperdível.